César Leal
“Os textos críticos
sobre a pintura de Fernando Lúcio me parecem tremendamente inteligentes e
necessários. Mais do que necessários: indispensáveis – digamos assim – a uma
compreensão mais completa da obra deste pintor pernambucano. Sua formação
universitária, seu preparo artístico, sua dedicação e convivência com a grande
tradição da pintura pernambucana iniciada por Franz Post aprofunda-se com os
ensinamentos do velhos mestres fundadores de nossa Escola de Belas Artes: Mário
Nunes, Balthazar da Câmara, Murillo La Greca, todos com perfeito domínio do
desenho, da perspectiva, da composição”.
“No
inicio do século, quando sob o efeito de Nietzsche, se inverte a oposição entre
o temporal e o eterno, surgem as primeiras vanguardas, ocasião em que são
postos em confronto “o mundo da verdade” e o “mundo das aparências”. Isso fez
Heiddeger dizer que a “vontade de aparência, de ilusão e de mudança é mais
profunda, mais metafísica do que a vontade de verdade, de realidade, de ser”.
Esse primeiro momento das vanguardas foi muito produtivo, riquíssimo em
estudos, como é exemplo o livro de Apollinaire sobre os pintores cubistas. Mas
as vanguardas se esgotaram muito cedo e durante algumas décadas viveram na
ilusão da “revolução permanente”. Mesmo assim, é inegável que a pintura “não
objetiva” criou grandes obras no mundo inteiro”.
“Fernando
Lúcio mostra sua força como paisagista, a excelência de sua técnica, além
daquela “sensibilidade para sentir a cor e suas sutis relações no conceito
amplo de composição” como viu o seu colega e também professor Isidro Queralt
Prat”. (César Leal, 1995 – Recife – PE)
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