sexta-feira, 23 de julho de 2010

DEPOIMENTOS E CRÍTICAS SOBRE A OBRA DE FERNANDO LÚCIO III





Jesus Carlos Cardenete


O mundo dos símbolos, nos enriquece mutuamente, tanto ao criador como ao espectador; é um universo de mensagens cujos significados são delucidados através das Gretas que produz a razão em seus aspectos mais oníricos. Abrir fissuras, provocar Gretas, para poder vislumbrar Signos, como elementos convencionais de realidades invisíveis, ocultas, misteriosas; Sinais, não como códigos perceptivos concensuados, senão como síntese antropológica do Símbolo, o Signo e o Sinal.

A obra pictórica de Fernando Lúcio, se desenvolve dentro de um expressionismo intermediário, fazendo desaparecer os limites entre o figurativo e o expressionismo abstrato; consegue expressar, o inexpressavel, a magia, os matizes líricos de sua pintura, sem abandonar os pinceis e o plano como atitude e forma de manipular a matéria; “PINTURA” com maiúsculas ante as propostas “débeis” da arte atual; potenciando a identidade antes que o estilo. Em definitivo... “poder falar sem ter que mudar a voz”...

Sua pintura é esteticamente completa, com uma vitalidade cromática própria de suas raízes culturais, é o resultado da metamorfose de sua personalidade.

A única revolução que fica para os pintores, nos princípios deste novo milênio, é reivindicar a beleza, a criatividade à serviço da expressão plástica.
           
           

                                            Jesus Carlos Cardenete, 2001 - Granada - Espanha














DEPOIMENTOS E CRÍTICAS SOBRE A OBRA DE FERNANDO LÚCIO II



Lissette Matalón

Para  mim, é mais que uma excelente fatura e mero desfrutar estético, sua obra evidencia um inteligente jogo sugerido a partir de uma busca da metáfora poética, o uso do símbolo simples que revela o mundo dos nossos sonhos e a profundidade da psique através da experiência interna, invisível, com a finalidade de explorar o mundo interior da consciência humana.

Fernando Lúcio descortina os signos e a associação que existe entre eles. Pássaros, água, figuras aladas, nuvens, símbolos indígenas, elementos da arquitetura e escultura clássica; tudo é reflexo de uma aprendizagem literária da arte, num ambiente aberto em contato direto com a natureza. Assim, com este volume de referencias, nos mostra o lado oculto do comportamento humano e os  dogmas que condicionam a sociedade contemporânea. Cada quadro se converte assim, em uma reflexão sobre o sentimento humano”.

                                                                                        Lissette Matalón,
                                 Revista Arte y Naturaleza, n° 13, janeiro/fevereiro, 2001 – Madrid – Espanha










DEPOIMENTOS E CRÍTICAS SOBRE A OBRA DE FERNANDO LÚCIO I


José Buarque Borges

O artista acrescenta seu eu íntimo á sua obra.

Entendemos como artesão aquele que só consegue reproduzir percepções evidentes e superficiais do seu consciente. O artista cria. O artesão imita.

Muitos se proclamam artistas, quando na verdade são artesãos, apelidados de artistas por auto-presunções, ou pela crítica leviana ou incompetente. O artista é uma esteta enquanto o artesão é um semântico. O nível de percepção do artista é, assim, infinitamente superior ao nível de percepção do artesão. Enquanto a obra do artista transcende, a obra do artesão restringe-se, à semelhança do ato sexual praticado com ou sem amor.
           
Os palhaços confessos por trapaça e os ingênuos, os folclóricos, os espertos e oportunistas, de consumo fácil decorrente das aclamações sócio-culturais dos medíocres, descansarão no silencio do anonimato e do esquecimento. Porquanto a Cultura, ao longo do tempo, distingue o joio do trigo e destacará apenas autores e obras que, pelos seus valores intrínsecos e de contribuição, merecerão constar do contexto histórico da arte.

 Fernando Lucio é um artista.


                                                                              José Buarque Borges, 1995 – Recife – PE
 




Inaldo Cavalcante

Dificil a jornada a nós concedida. Encantatória. Em um tempo onde não há mais presente e sim atualidade, onde a meditação é prostituída na descontinuidade da mídia, onde a palavra se reduziu a fofoca, Fernando Lúcio nos convida a caminhar por uma visão do avesso de nós, vertical compromisso com a paisagem interna não tão habilmente sufocada no horário nobre das telenovelas”. (...)

“Andarilho dos seus caminhos, e porque artista-andarilho, ele faz a partilha dos frutos – singular comunhão que a arte concede, e nossa é a contemplação e a coragem de experienciar estética e vitalmente o sumo desses frutos. E porque andarilho, ele nos diz do labirinto, das errâncias da aventura humana”. (...)

“Frutos da lunação do labirinto, temos esses quadros figurativos, representando como que cenas do olhar em transito. Uma imagem se destaca embora em varias facetas e detalhes  permanece una: a anima”.(...)

“Enfatizemos a coerência artística das telas de Fernando: os temas se interpenetrando com diferentes níveis emocionais e homologias simbólicas (o lado YIN). As composições de viés clássico articulando o espaço para os sonhos da cor e do coração”.(...)

“Que mais exigir do artista além de oficiar o casamento entre a verdade e a beleza?”


                                                                                     Inaldo Cavalcante, 1991 – Recife – PE
 




Jacques Weyne

Como aquela criação que embora de época posterior contém-se  na origem; que se rebela mas a índole a detém; que traz o vírus do novo e os genes da antecedência... Assim comparo, em especial, o espírito da paleta de Fernando Lúcio.  Repete o Divino Mistério como o de ser o Pai e o Filho ao mesmo tempo!

Fernando Lúcio tem a propriedade de trazer o moderno embutido no tradicional numa união tão perfeita como a dor e a alegria estão contidas numa lágrima. Como o pai está contido no filho, uma árvore na semente, o ontem no hoje e o hoje no amanhã.

                                                                                                    Jacques Weyne, 1990 – Recife – PE
 





Vicente Masip

Vários Críticos têm comentado sua obra com acerto, entre eles o professor Isidro Queralt Prat, indiscutível autoridade no campo das artes plásticas. De formação  eclética, percebe-se a presença marcante de um grande pintor impressionista espanhol, valenciano, que, embora pouco conhecido no Brasil, impõe-se no mundo pela sua técnica e força cromática: Joaquim Sorolla y Bastida (1863-1923). Fernando Lúcio consegue assimilar o pintor da luz. Nota-se, também, em menor grau, influências de El Greco (1541-1614) na estilização e posturas de alguns retratos, assim como Velazquez (1599-1660) em certos nus de costas. Fernando realiza uma proeza no meio pictórico nordestino: pintar sem justificar-se, alheio à procedência ou ao alcance do que produz, despreocupado com a repercussão  ideológica das obras e aberto a todas as tendências e escolas que possam enriquecê-lo e relançá-lo sempre mais longe”.

                                                                                           Vicente Masip, 1990 -  Recife – PE
 




 
Paulo Azevedo Chaves

Em seus trabalhos, Fernando Lúcio procura captar o momento da paisagem ou dos modelos vivos, os movimentos da dança, em pinceladas ágeis e seguras, demonstrando seu permanente desenvolvimento na técnica tanto gráfica como pictórica e no estudo anatômico.  Pode-se sentir que em sua série de dançarinas o artista reverencia Degas, mas imprimindo uma visão contemporânea às pinturas e desenhos.

Numa obra feita de lirismo e emoção, o artista longe de fazer transcrições servis da realidade observada, nela reverencia a Natureza sob uma ótica própria, numa produção vasta e contínua que lhe granjeou prestigio em nosso meio artístico.


                                                                                                                          Paulo Azevedo Chaves,
                                                         Diário de Pernambuco, 20 de outubro de 1987 – Recife – PE






Orley Mesquita

“Tudo na pintura de Fernando Lúcio converge para recriar, em nós, a docilidade mesma da luz, a confidência velada e displicente dos modelos e um pudor quase infantil ao lidar com as dádivas do sonho.

A nosso entender, o que há de mais importante na sua pintura é que o seu compromisso maior entre o homem e a natureza jamais foi rompido”.


                                                                                          Orley Mesquita, 1983 – Recife – PE

quinta-feira, 22 de julho de 2010

PALAVRAS DOS MESTRES, SOBRE A ARTE DE FERNANDO LÚCIO VII







César Leal

Os textos críticos sobre a pintura de Fernando Lúcio me parecem tremendamente inteligentes e necessários. Mais do que necessários: indispensáveis – digamos assim – a uma compreensão mais completa da obra deste pintor pernambucano. Sua formação universitária, seu preparo artístico, sua dedicação e convivência com a grande tradição da pintura pernambucana iniciada por Franz Post aprofunda-se com os ensinamentos do velhos mestres fundadores de nossa Escola de Belas Artes: Mário Nunes, Balthazar da Câmara, Murillo La Greca, todos com perfeito domínio do desenho, da perspectiva, da composição”.

“No inicio do século, quando sob o efeito de Nietzsche, se inverte a oposição entre o temporal e o eterno, surgem as primeiras vanguardas, ocasião em que são postos em confronto “o mundo da verdade” e o “mundo das aparências”. Isso fez Heiddeger dizer que a “vontade de aparência, de ilusão e de mudança é mais profunda, mais metafísica do que a vontade de verdade, de realidade, de ser”. Esse primeiro momento das vanguardas foi muito produtivo, riquíssimo em estudos, como é exemplo o livro de Apollinaire sobre os pintores cubistas. Mas as vanguardas se esgotaram muito cedo e durante algumas décadas viveram na ilusão da “revolução permanente”. Mesmo assim, é inegável que a pintura “não objetiva” criou grandes obras no mundo inteiro”.

“Fernando Lúcio mostra sua força como paisagista, a excelência de sua técnica, além daquela “sensibilidade para sentir a cor e suas sutis relações no conceito amplo de composição” como viu o seu colega e também professor Isidro Queralt Prat”. (César Leal, 1995 – Recife – PE)


















quarta-feira, 21 de julho de 2010

PALAVRAS DOS MESTRES, SOBRE A ARTE DE FERNANDO LÚCIO VI




Lula Cardoso Ayres

“Depois de um certo período mais sadio da Escola de Belas Artes de Pernambuco, quando estavam Vicente do Rego Monteiro, Reinaldo Fonseca, modéstia à parte eu também estava nesse meio, então vieram esses rapazes que hoje são já grandes pintores. Não que fossem nossos alunos. Nós conversávamos, trocávamos idéias e criou-se uma mentalidade de seriedade na pintura. Os exemplos estão aí, como João Câmara, que chegou menino na Escola, Ismael Caldas, Fernando Lúcio e tantos outros”. (Lula Cardoso Ayres, 1983 – Recife – PE)
















terça-feira, 20 de julho de 2010

PALAVRAS DOS MESTRES, SOBRE A ARTE DE FERNANDO LÚCIO V


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Pietro Maria Bardi

“Fernando Lúcio, você é um dos pintores que hoje se apelidam figurativos. E compreendo qual seja a sua perplexidade em saber que as tendências do abstracionismo hoje são as mais valorizadas. Sua paisagem é de um pintor de valor pelo que vejo.

Deverá chegar o dia em que a pintura vai retornar aos trilhos. Aliás os figurativos, hoje, são polêmicos, pois perseguem a tradição”. (Pietro Maria Bardi, 1987 - São Paulo  - SP)


 

PALAVRAS DOS MESTRES, SOBRE A ARTE DE FERNANDO LÚCIO IV


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Murillo La Greca




Fernando Lúcio é um pintor paisagista nato. E seu primeiro contacto foi com um outro artista, também nato e a quem reputo como grande paisagista, Mário Nunes. A convivência com Mário foi benéfica porque este é uma artista cuja sensibilidade o levou a entregar-se à verdadeira arte, sem envolver-se com certas diretrizes modernistas sem valor.

A nosso ver o jovem artista Fernando Lúcio – está conquistando galhardamente o árduo caminho da verdadeira arte. Para mim, particularmente, é motivo de satisfação e conforto, porque vejo neste jovem uma força nova para enfrentar – as correntes deletérias que estão criando um mundo – caótico na Arte. (Vicente Murillo La Greca, 1981 - Recife – PE)



PALAVRAS DOS MESTRES, SOBRE A ARTE DE FERNANDO LÚCIO III


Minha sintonia com a Arte Espanhola sempre foi muito grande e tive a oportunidade de ter um grande mestre da Catalunha, o Isidro Queralt Prat. Foi um dos maiores conhecedores das práticas artística que conheci. A Catalunha é o berço de muitos grandes pintores na historia da arte Europeia, com certeza tenho que agradecer muitísso essa influencia cultural. 


  
Isidro Queralt Prat

“Considero Fernando Lúcio um pintor nato, portanto, de grande potencialidade. Isto fica revelado na maneira de ver a forma, na sensibilidade para sentir a cor e suas sutis relações no conceito amplo da composição. A seriedade com que enfrenta seu oficio, a preocupação pela plasticidade de sua obra, sem interferências extra-pictóricas e sua juventude conseguirão extrair, ainda mais, grandes resultados desta sua potencialidade natural”. (Isidro Queralt Prat,  1979 – Recife – PE)






MEU GRANDE AMIGO E MESTRE QUERALT PRAT EM BARCELONA - 2002 







MEU GRANDE AMIGO E MESTRE QUERALT PRAT EM BARCELONA - 2002 




segunda-feira, 19 de julho de 2010

PALAVRAS DOS MESTRES, SOBRE A ARTE DE FERNANDO LÚCIO II


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Mario Nunes

 “Fernando Lúcio pinta com capacidade de cor e expressão; sua técnica satisfaz aos mais exigentes apreciadores da pintura; não faz arte de tapeação. Não faz arte para enganar os bobos, faz o “impressionismo”, portanto, satisfaz a todos”. (Mário Nunes, 1980 – Recife – PE)