O
mundo dos símbolos, nos enriquece mutuamente, tanto ao criador como ao
espectador; é um universo de mensagens cujos significados são delucidados
através das Gretas que produz a razão em seus aspectos mais oníricos. Abrir
fissuras, provocar Gretas, para poder vislumbrar Signos, como elementos
convencionais de realidades invisíveis, ocultas, misteriosas; Sinais, não como
códigos perceptivos concensuados, senão como síntese antropológica do Símbolo,
o Signo e o Sinal.
A
obra pictórica de Fernando Lúcio, se desenvolve dentro de um expressionismo
intermediário, fazendo desaparecer os limites entre o figurativo e o
expressionismo abstrato; consegue expressar, o inexpressavel, a magia, os
matizes líricos de sua pintura, sem abandonar os pinceis e o plano como atitude
e forma de manipular a matéria; “PINTURA” com maiúsculas ante as propostas
“débeis” da arte atual; potenciando a identidade antes que o estilo. Em
definitivo... “poder falar sem ter que mudar a voz”...
Sua
pintura é esteticamente completa, com uma vitalidade cromática própria de suas
raízes culturais, é o resultado da metamorfose de sua personalidade.
A
única revolução que fica para os pintores, nos princípios deste novo milênio, é
reivindicar a beleza, a criatividade à serviço da expressão plástica.
“Para mim, é mais que uma excelente fatura e mero
desfrutar estético, sua obra evidencia um inteligente jogo sugerido a partir de
uma busca da metáfora poética, o uso do símbolo simples que revela o mundo dos
nossos sonhos e a profundidade da psique através da experiência interna,
invisível, com a finalidade de explorar o mundo interior da consciência humana.
Fernando
Lúcio descortina os signos e a associação que existe entre eles. Pássaros,
água, figuras aladas, nuvens, símbolos indígenas, elementos da arquitetura e
escultura clássica; tudo é reflexo de uma aprendizagem literária da arte, num
ambiente aberto em contato direto com a natureza. Assim, com este volume de
referencias, nos mostra o lado oculto do comportamento humano e os dogmas que condicionam a sociedade
contemporânea. Cada quadro se converte assim, em uma reflexão sobre o
sentimento humano”.
Lissette Matalón,
Revista Arte y Naturaleza, n° 13,
janeiro/fevereiro, 2001 – Madrid – Espanha
Entendemos
como artesão aquele que só consegue reproduzir percepções evidentes e
superficiais do seu consciente. O artista cria. O artesão imita.
Muitos
se proclamam artistas, quando na verdade são artesãos, apelidados de artistas
por auto-presunções, ou pela crítica leviana ou incompetente. O artista é uma
esteta enquanto o artesão é um semântico. O nível de percepção do artista é,
assim, infinitamente superior ao nível de percepção do artesão. Enquanto a obra
do artista transcende, a obra do artesão restringe-se, à semelhança do ato
sexual praticado com ou sem amor.
Os
palhaços confessos por trapaça e os ingênuos, os folclóricos, os espertos e
oportunistas, de consumo fácil decorrente das aclamações sócio-culturais dos
medíocres, descansarão no silencio do anonimato e do esquecimento. Porquanto a
Cultura, ao longo do tempo, distingue o joio do trigo e destacará apenas
autores e obras que, pelos seus valores intrínsecos e de contribuição,
merecerão constar do contexto histórico da arte.
Fernando Lucio é um artista.
José
Buarque Borges, 1995 – Recife – PE
Inaldo Cavalcante
“Dificil a jornada a
nós concedida. Encantatória. Em um tempo onde não há mais presente e sim
atualidade, onde a meditação é prostituída na descontinuidade da mídia, onde a
palavra se reduziu a fofoca, Fernando Lúcio nos convida a caminhar por uma
visão do avesso de nós, vertical compromisso com a paisagem interna não tão
habilmente sufocada no horário nobre das telenovelas”. (...)
“Andarilho
dos seus caminhos, e porque artista-andarilho, ele faz a partilha dos frutos –
singular comunhão que a arte concede, e nossa é a contemplação e a coragem de
experienciar estética e vitalmente o sumo desses frutos. E porque andarilho,
ele nos diz do labirinto, das errâncias da aventura humana”. (...)
“Frutos
da lunação do labirinto, temos esses
quadros figurativos, representando como que cenas do olhar em transito. Uma
imagem se destaca embora em varias facetas e detalhes permanece una: a anima”.(...)
“Enfatizemos
a coerência artística das telas de Fernando: os temas se interpenetrando com
diferentes níveis emocionais e homologias simbólicas (o lado YIN). As
composições de viés clássico articulando o espaço para os sonhos da cor e do
coração”.(...)
“Que
mais exigir do artista além de oficiar o casamento entre a verdade e a beleza?”
Inaldo Cavalcante, 1991 –
Recife – PE
Jacques Weyne
Como
aquela criação que embora de época posterior contém-se na origem; que se rebela mas a índole a
detém; que traz o vírus do novo e os genes da antecedência... Assim comparo, em
especial, o espírito da paleta de Fernando Lúcio. Repete o Divino Mistério como o de ser o Pai
e o Filho ao mesmo tempo!
Fernando
Lúcio tem a propriedade de trazer o moderno embutido no tradicional numa união
tão perfeita como a dor e a alegria estão contidas numa lágrima. Como o pai
está contido no filho, uma árvore na semente, o ontem no hoje e o hoje no
amanhã.
Jacques Weyne, 1990 – Recife – PE
Vicente Masip
Vários Críticos têm comentado sua obra
com acerto, entre eles o professor Isidro Queralt Prat, indiscutível autoridade
no campo das artes plásticas. De formação
eclética, percebe-se a presença marcante de um grande pintor
impressionista espanhol, valenciano, que, embora pouco conhecido no Brasil,
impõe-se no mundo pela sua técnica e força cromática: Joaquim Sorolla y Bastida
(1863-1923). Fernando Lúcio consegue assimilar o pintor da luz. Nota-se,
também, em menor grau, influências de El Greco (1541-1614) na estilização e
posturas de alguns retratos, assim como Velazquez (1599-1660) em certos nus de costas.
Fernando realiza uma proeza no meio pictórico nordestino: pintar sem
justificar-se, alheio à procedência ou ao alcance do que produz, despreocupado
com a repercussão ideológica das obras e
aberto a todas as tendências e escolas que possam enriquecê-lo e relançá-lo
sempre mais longe”.
Vicente Masip, 1990 - Recife – PE
Paulo Azevedo Chaves
Em seus trabalhos, Fernando Lúcio
procura captar o momento da paisagem ou dos modelos vivos, os movimentos da
dança, em pinceladas ágeis e seguras, demonstrando seu permanente
desenvolvimento na técnica tanto gráfica como pictórica e no estudo
anatômico. Pode-se sentir que em sua
série de dançarinas o artista reverencia Degas, mas imprimindo uma visão
contemporânea às pinturas e desenhos.
Numa obra feita de lirismo e emoção,
o artista longe de fazer transcrições servis da realidade observada, nela
reverencia a Natureza sob uma ótica própria, numa produção vasta e contínua que
lhe granjeou prestigio em nosso meio artístico.
Paulo Azevedo
Chaves,
Diário de Pernambuco, 20
de outubro de 1987 – Recife – PE
Orley Mesquita
“Tudo
na pintura de Fernando Lúcio converge para recriar, em nós, a docilidade mesma
da luz, a confidência velada e displicente dos modelos e um pudor quase
infantil ao lidar com as dádivas do sonho.
A
nosso entender, o que há de mais importante na sua pintura é que o seu
compromisso maior entre o homem e a natureza jamais foi rompido”.
“Os textos críticos
sobre a pintura de Fernando Lúcio me parecem tremendamente inteligentes e
necessários. Mais do que necessários: indispensáveis – digamos assim – a uma
compreensão mais completa da obra deste pintor pernambucano. Sua formação
universitária, seu preparo artístico, sua dedicação e convivência com a grande
tradição da pintura pernambucana iniciada por Franz Post aprofunda-se com os
ensinamentos do velhos mestres fundadores de nossa Escola de Belas Artes: Mário
Nunes, Balthazar da Câmara, Murillo La Greca, todos com perfeito domínio do
desenho, da perspectiva, da composição”.
“No
inicio do século, quando sob o efeito de Nietzsche, se inverte a oposição entre
o temporal e o eterno, surgem as primeiras vanguardas, ocasião em que são
postos em confronto “o mundo da verdade” e o “mundo das aparências”. Isso fez
Heiddeger dizer que a “vontade de aparência, de ilusão e de mudança é mais
profunda, mais metafísica do que a vontade de verdade, de realidade, de ser”.
Esse primeiro momento das vanguardas foi muito produtivo, riquíssimo em
estudos, como é exemplo o livro de Apollinaire sobre os pintores cubistas. Mas
as vanguardas se esgotaram muito cedo e durante algumas décadas viveram na
ilusão da “revolução permanente”. Mesmo assim, é inegável que a pintura “não
objetiva” criou grandes obras no mundo inteiro”.
“Fernando
Lúcio mostra sua força como paisagista, a excelência de sua técnica, além
daquela “sensibilidade para sentir a cor e suas sutis relações no conceito
amplo de composição” como viu o seu colega e também professor Isidro Queralt
Prat”. (César Leal, 1995 – Recife – PE)
“Depois de um certo período mais sadio
da Escola de Belas Artes de Pernambuco, quando estavam Vicente do Rego
Monteiro, Reinaldo Fonseca, modéstia à parte eu também estava nesse meio, então
vieram esses rapazes que hoje são já grandes pintores. Não que fossem nossos
alunos. Nós conversávamos, trocávamos idéias e criou-se uma mentalidade de
seriedade na pintura. Os exemplos estão aí, como João Câmara, que chegou menino
na Escola, Ismael Caldas, Fernando Lúcio e tantos outros”. (Lula Cardoso Ayres,
1983 – Recife – PE)
“Fernando Lúcio, você
é um dos pintores que hoje se apelidam figurativos. E compreendo qual seja a
sua perplexidade em saber que as tendências do abstracionismo hoje são as mais
valorizadas. Sua paisagem é de um pintor de valor pelo que vejo.
Deverá
chegar o dia em que a pintura vai retornar aos trilhos. Aliás os
figurativos,
hoje, são polêmicos, pois perseguem a tradição”. (Pietro Maria Bardi,
1987 - São
Paulo - SP)
Fernando
Lúcio é um pintor paisagista nato. E seu primeiro contacto foi com um outro
artista, também nato e a quem reputo como grande paisagista, Mário Nunes. A
convivência com Mário foi benéfica porque este é uma artista cuja sensibilidade
o levou a entregar-se à verdadeira arte, sem envolver-se com certas diretrizes
modernistas sem valor.
A
nosso ver o jovem artista Fernando Lúcio – está conquistando
galhardamente o
árduo caminho da verdadeira arte. Para mim, particularmente, é motivo de
satisfação e conforto, porque vejo neste jovem uma força nova para
enfrentar –
as correntes deletérias que estão criando um mundo – caótico na Arte. (Vicente Murillo La Greca, 1981 -
Recife – PE)
Minha sintonia com a Arte Espanhola sempre foi muito grande e tive a oportunidade de ter um grande mestre da Catalunha, o Isidro Queralt Prat. Foi um dos maiores conhecedores das práticas artística que conheci. A Catalunha é o berço de muitos grandes pintores na historia da arte Europeia, com certeza tenho que agradecer muitísso essa influencia cultural.
Isidro Queralt Prat
“Considero Fernando Lúcio um pintor nato, portanto, de grande potencialidade. Isto fica revelado na maneira de ver a forma, na sensibilidade para sentir a cor e suas sutis relações no conceito amplo da composição. A seriedade com que enfrenta seu oficio, a preocupação pela plasticidade de sua obra, sem interferências extra-pictóricas e sua juventude conseguirão extrair, ainda mais, grandes resultados desta sua potencialidade natural”. (Isidro Queralt Prat, 1979 – Recife – PE)
MEU GRANDE AMIGO E MESTRE QUERALT PRAT EM BARCELONA - 2002
MEU GRANDE AMIGO E MESTRE QUERALT PRAT EM BARCELONA - 2002
“Fernando Lúcio pinta com capacidade de cor e expressão; sua técnica satisfaz aos mais exigentes apreciadores da pintura; não faz arte de tapeação. Não faz arte para enganar os bobos, faz o “impressionismo”, portanto, satisfaz a todos”. (Mário Nunes, 1980 – Recife – PE)